#BlogDoDog 

Imagem

Como é para mim ter um cão da raça American Pitbull Terrier.

Vou contar um pouco para vocês como tudo começou. Eu sempre fui louca para ter
um pitbull, mas apenas por achar uma raça linda esteticamente. Porém nunca pesquisei
nada a respeito. Também nunca dei ouvidos para o que a mídia gosta de publicar e polemizar
de forma contorcida em vários casos, com intuito de ganhar ibope. Tudo começou em
novembro de 2016 quando minha irmã chegou na minha porta com o pequeno Maximus de
apenas 50 dias, nessa época ele ainda era pequenino, magrinho com bucho e só tinha
cabeça e orelha. Ela havia me dito que tinha ganho mas por não ter seu próprio lugar não
tinha como cria-lo, então me deu, e seria meu e dela desde que me ajudasse quando
preciso. Eu morava num apt de 20 metros quadrados, não imaginava como ia ser, sem falar
da minha yorkshire com 9 anos que até então nunca gostou de outro cão, de brincar, se
envolver, gosta de ficar no cantinho dela, mas diante de um cãozinho tão lindo não passou
nem por um momento não ficar com ele, sem falar no que senti na hora que o vi. Não foi
como ver um filhote qualquer. Tem coisa que não se explica, apenas se sente.
Inicialmente tudo foi ocorrendo bem, minha irmã me ajudava enquanto eu não
estava em casa e quando ela podia. Porém o Maximus foi crescendo e muito rápido por sinal,
já não era tão pequenino, e aqueles mínimos metros quadrados estavam ficando cada vez
menor. A minha York, Malu, cada vez se estressando mais porque ele queria brincar com ela
e ela não. Dá pra imaginar um filhote de pitbull querendo brincar com uma York? Todo
desengonçado e sem jeito, muito menos sem dosar a força que tinha. Então comecei a me
preocupar como o pouco espaço, e com principalmente a minha cachorrinha que era bem
menor que ele, mas contudo toda via, também com o bem-estar do Maximus que não tinha
espaço para nada. Eu se ficasse uma tarde em casa, me sentia entediada e com três grandes
passos percorria todo o apt, imagina ele. Aprendeu rápido o lugar de fazer suas
necessidades, porem tal local era logo na entrada ao lado da porta, ou seja, aquele cheiro
super agradável de xixi e coco no jornal se tornaram quase que um “bom ar” natural da
minha casa.
Na época eu fazia faculdade de nutrição e ia toda manhã para aula, eles ficavam
sozinhos, quando eu voltava dá para imaginar como tudo estava e ele tão estressado e cheio
de energia. Daí pegava eles e ia para, na época meu box de crossfit, ficava lá o resto do dia
retornando apenas em torno das 23h, e os dois sempre comigo, sempre sendo educados por
mim e interagindo com todas as pessoas que ali frenquentavam. Desde 50 dias de vida ele ia
comigo para todo lugar, não podia estar no chão então ia no braço, sendo exposto a todo
tipo de gente, barulho, outros animais a medida que foi liberado após as vacinas e alguns do
nosso convívio antes mesmo das mesmas. Mas, mesmo com essa rotina não estava sendo o
suficiente para suprir a necessidade dele quando estava em casa.
O tempo passou um pouco e eu percebi que não tinha condições. Resolvi dar o
Maximus para um amigo que morava numa casa, num condomínio em Porto de Galinhas,
onde eu alugava uma casa também nessa mesma praia e todos os finais de semana estava
por lá. Dei na condição de todo final de semana eu poder pegar ele enquanto estivesse lá, e
que ele cuidasse bem dele, mas ele aos meus olhos não estava sendo bem cuidado, todas as
vezes que fui buscar pra ficar com ele, o Maximus estava preso numa corda, as vezes sem
comida, doutras no meio de xixi e coco, outras preso lá atrás por horas enquanto a pessoa
dormia, pois trabalhava com festas. Me doeu muito agir assim dando ele, pois já o amava
demais e sentia que estava fazendo a coisa errada. Não durou nem 20 dias e eu peguei meu


bebezão de volta. Na verdade demorou muito esses dias, eu chorava quase todos. Foi
quando eu resolvi me mudar, mudar minha vida para poder ficar com o Maximus. E não só
eu mudei a minha vida como ele fez mudar muito em mim, e até mesmo na minha Malu. Ele
mudou tudo, mudou minha vida para melhor, me ensinou muita coisa e vem ensinando a
cada dia que passa, aprendi a me importar mais com as pessoas por conta dele, tomei
decisões importantes, tal como mudar de profissão, largar tudo e recomeçar do zero. E o
mais legal disso tudo vem agora, e é simplesmente que ele é um pitbull.
Eu que não conhecia nada da raça, ao conhecer, conviver, criar e educar o meu, me
apaixonei e me encantei cada vez mais e isso continua até hoje, pois lembra que eu disse
que mudei de profissão? Estou me especializando em comportamento canino e
adestramento, também por conta dele, ele despertou isso em mim, talvez esse amor, se
posso assim dizer, um certo dom já estava aqui guardadinho esperando ser acordado. E foi
assim que encontrei o Rapha, e me tornei sua fã e fã do seu trabalho a ponto de querer fazer
o mesmo por esses seres tão especiais.
Apesar de eu não ter escolhido ter um pitbull, quando falo escolher é pensando que
quero ter um cachorro e traçar meu perfil com o do mesmo, visto que isso seja bem
importante e positivo para a vida de ambos, foi uma surpresa pra mim saber que super me
identifiquei com a raça. Diferente do que muitos pensam e alguns polemizam por aí, é uma
raça muito dócil com pessoas e crianças, são companheiros, fieis, amorosos... E a gente tá
cansado de saber que tudo é muito da criação. Que nossos cães se tornam o que fazemos
deles, o que ensinamos pra eles, seja um ensinamento certo ou o errado. Claro que uns tem
um temperamento de um jeito, outro de outro, e que o fator genético e característica da
raça contam e por isso a escolha do filhote, também tem tanta importância, assim como os
ensinamentos que damos aos mesmos. No caso dos pitbulls o convívio com outros animais
de uma forma geral, até falando de outros cães, precisa ser bem acompanhado e socializado
de acordo com o perfil do seu cão.
Minha irmã escolheu o Maximus por ser o macho mais calmo na ninhada, mas
tranquilo e como dizemos que ele é, o mais zen. Vejo muito as pessoas que querem ter um
pitbull em casa, se preocuparem em pegar o maior e mais esperto dos filhotes e mais
cabeçudo, porém esquecem do porque querem ter aquele cão. Tudo tem que ser de acordo
com o que você quer, em como você quer criar seu cachorro, se é num apt, ou numa casa
como guarda, para exposição... agora estou falando de uma forma geral, sobre todas as
raças. O que eu tenho pra falar para vocês é que a minha experiência com a raça é das
melhores e sou fã deles. O Maximus é um cachorro encantador, só quem conhece e quem o
acompanha nas redes sociais sabe. Ele ama crianças e não cresceu com nenhuma dentro de
casa mas convivia na rua, no prédio que morei antes de me mudar e no atual também. Hoje
as crianças do prédio que moro, interfonam pedindo para Max descer pra brincar. O sindico
que tinha um certo preconceito com a raça desmistificou isso, e brinca com o Max, é mais
um dos vários fãs que meu grandão conquistou. Assim como ele muitas pessoas perderam o
medo de pitbull por conta dele, várias que conheço ou nos seguem pelo instagram
começaram a criar pitbull por serem encantadas com o Max. Desde pequeno sempre
coloquei para conviver com tudo e todos os lugares, pessoas e principalmente outros cães,
visto que a raça requer uma atenção voltada para isso de outros animais. Inclusive Max
cresceu convivendo com um outro pitbull macho de um ex namorado meu, e nunca houve
sequer nenhum problema de convivência, pelo contrário eles se amavam. Ele não tem
problemas com gatos, nem nenhum outro animal, seja lagartixa, maria farinha que tem
muitas na praia, cavalo, aves...nenhum animal ele quer caçar ou brigar. Isso por conta do


temperamento dele e muito também pela forma que criei. Como eu não quis que ele
desenvolvesse isso nele, eu reprimia tal instinto várias vezes, hoje isso é bom para quem ele
é, porem falando de quem vem estudando sobre comportamento canino fico balançada em
ter reprimido, porque interferiu em comportamentos naturais dele.
Saber quem são os pais também influencia. Tanto que até hoje o Max foi pai duas
vezes e eu apenas me importo em cruza-lo com uma fêmea do mesmo temperamento dele
ou o mais parecido possível. Não sou criadora, mas me importo em ter como manter um
padrão genético de temperamento como o dele para que assim cada vez mais aos
pouquinhos as pessoas possam entender que não tem raça perigosa, o que tem são tutores
perigosos ou que não procuram saber dos fatores genéticos do cão e como o mesmo deve
ser criado. Além do Maximus tenho convívio de tempo em tempo com vários cachorros da
raça AMPT, pois há 3 meses comecei a fazer hotelzinho e creche em meu apt afim de ganhar
cada vez mais experiência com cães, e não para minha surpresa, aparecem vários pitbulls
para ficarem comigo, já foram uma média de 15 que passaram pela minha casa e pude
perceber muita variedade de temperamento numa forma geral, uns mais calmos outros mais
agitados, uns mais teimosos outros menos, sem falar daqueles ansiosos porém todos
extremamente dóceis, apenas um ou outro merece um cuidado especial com outros cães em
determinados momentos, assim como muitos outros cachorros de outras raças.
É uma raça de muita força, que tem um temperamento forte, costumam ser um
pouco teimosos por se tratar de bulls , e vem acompanhada de uma doçura tão inocente ao
mesmo tempo tão amorosa e fiel onde nos permite aprender com eles a sermos pessoas
mais fortes, determinadas e verdadeiras conosco e com o próximo. Esses grandões são
especiais. Meu Maximus é mais que especial, ele é único e sou grata por toda minha vida por
tudo que ele me proporcionou, proporciona e ainda vai proporcionar. Todas as
oportunidades são únicas e pra mim não tem coisa melhor que viver pra eles, estar com eles,
fazer o melhor pra eles, não pensando em mim, mas sim pensando neles. Isso procuro fazer
entendendo como que eles pensam e agem, o porque fazem algo de determinada
forma...estudando e aprendendo sobre eles é como eu dou o meu melhor pra eles, amando
e educando verdadeiramente.
Quem quiser conhecer um pouquinho o tão especial Maximus e alguns até se
apaixonarem por ele, só seguir ele no instagram @maximus_bull_ .
Obrigada a todos pelo tempo dedicado ao ler um pouquinho da minha história e ao
Rapha que super admiro como profissional por esse grandessíssimo convite. Foi uma honra
escrever por aqui.
Natália Caminha
Instagram @natycaminha